segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Ipê Roxo

Postado em 05 de Novembro de 2010



   Hoje foi um caos. Me atrasei pra ir pra faculdade, peguei o ônibus cheio, fui em pé, tava calor demais. Muito Sol batendo no meu rosto e eu sem óculos escuros. Me espremi em um cantinho e fiquei ali, viajando mentalmente, tentando fugir da realidade, e naquele balanço, tudo em que eu pensava era o picolé que tomaria depois do jantar e a maçante aula de Química Analítica que teria logo mais.
   Mas de repente ele apareceu. Lindo, resplandecente, e numa visão tão breve que demorei alguns segundos para assimilar se sua presença fora de fato realidade naquele curto espaço de tempo. Ipê roxo. Acho que não via um tão vigoroso em sua "lilácia" desde os tempos de colégio, em que perto da sala de aula, um imenso exemplar transformava o pátio em um tapete de um lilás quase azul.
   O ônibus encheu mais, eu continuei em pé, continuava calor. Mas agora tudo estava bem, porque eu vira um ipê roxo como há muito tempo não via, e com sua lembrança na cabeça, pude me desligar ainda mais da realidade, e de repente, quando me dei conta, o ônibus estava mais vazio, eu até mesmo encontrei um lugar para me acomodar melhor, ainda que continuasse em pé. O Sol já baixava e não mais me incomodava, uma brisa leve soprava anunciando a vontade do dia anoitecer.
   Já depois do jantar, indo sozinha para a aula, não pude deixar de pensar no ipê, e sorri. A aula de Analítica era o pesadelo da semana, de me fazer chegar em casa quase uma hora da manhã. Mas estava tudo bem, porque eu vira um ipê roxo que me lembrou como eu já fora tão feliz e como podia continuar sendo...
Hoje cheguei da aula de Analítica antes das 11. 


Um comentário:

  1. ...pois é, sabe como chamo o que voce fez?
    "extrair o bem do mal"
    para poucas e habilidosas pessoas,
    beijos.

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